Era uma vez um cão
Que dizia que era um sapo
E saltava de mão em mão
Só para encher o seu saco
Em casa era o rei
Posto como fidalgo
Vivia do que manda a lei
E olhava do alto
Na sociedade era furor
Mais verde que tainha
Era um verdadeiro amor
A saltar para a espinha
Reuniu um séquito audaz
Gente que nunca fora cão
Andavam da frente p’ra trás
Como quem espeta ferrão
Um dia também fui sapo
E andei beijando pés
Mas resolvi calçar sapato
- Já não beijam os Zés!
Daniel Candeias