Olho que olha
cara que se desvia
fala que se entrelaça
corpo que se toca
repara,
baixa a cara,
simula o gesto
e espreita de novo.
Sorri!
Palavra cruzada
na verticalidade do tempo.
Ao longe a ave pia
e há quem diga que cante...
Logo se sente o remorso
dos que já foram esquecidos.
Olhar que se troca com olhar
desta vez sem corar
quase com raiva
com ganas de vingança
e não se declina
enfrenta o real
e sorri...
Mas o riso cai
e como de loiça se tratava
partiu na origem.
Restam assim os cacos
dum sorriso quebrado
Filinha
FILINHA