Quando um anjo
se deixa ver
ao longe agarrando a minha mão,
a arte de me saber ler.
Todas estas teias
de bichos, todas estas aranhas,
que apunhalam-me as ideias
e no peito tiram-me todas as entranhas.
Fico assim vazio e tão leve
sinto-me voar, inspirar
toda a paisagem, tão breve
este momento, este sonhar.
Toda a minha leveza
que busco, a quem me calou,
sou diferente, não tenho certeza
se foi o anjo que caminhou e entrou.