Detenho uma dor que jamais senti
De sintomas invisíveis,
Com invólucro transparente
Que cobre as razões visíveis,
Da origem que não mente.
Se pudesse ao menos lacrimejar
Para libertar, para aliviar.
Se não fosse tão cobarde,
Para arrancar, para retaliar
Contra o que no peito, arde.
Preciso urgentemente da cura,
Da força que não só fará esquecer,
Como aniquilar de vez
Tudo o que me faz padecer,
Todo o mal que tal mal me fez
Lá está ela, a minha frente,
Inatingível e intocável.
Pois só a firmeza da verdade,
Da razão do sentimento inegável,
Me trará alguma tranquilidade
Talvez não seja da cura que preciso!
Mas sim, de um fundamento.
Para ter força para persistir
À possível salvação a este momento.
Mas sinceramente, já não sei se quero resistir...