Onde está o silvar do vento
perguntam os pássaros;
e a palavra é uma incógnita
ante as folhas paradas.
Da árvore que parece morta
sem a tradicional ondulação
dos fartos ramos, movendo-se
da direita para a esquerda.
Quem nos levou o vento de
nortada, pergunta a lagarta;
e os grilos de voz sibilante,
dizem ser coisa do Homem.
Que tudo transformou em
desertos e secou os rios;
onde está o vento e sua brisa,
pergunta o sapo sufocando.
Vermelho deserto que tudo
obstruiu à sua passagem
e em áridas terras trasladou
o vento para dentro de grutas.
Onde impera a escuridão e os
morcegos, que perguntam
atónitos; quem abriu a porta ao
vento vindo arrefecer os ninhos.
Jorge Humberto
05/10/09