Aceito a duração do tempo conforme me ensinaram, são necessárias vinte e quatro horas, para mais um dia chegar, mas não acredito.
Acreditar é dizer que o tempo é igual para todos nós, acreditar na igualdade é negar o nosso tempo e por isso o tempo e seus milénios e seus séculos e anos, meses, semanas, dias e horas, separam-nos do que já vivemos, do que estamos a viver e prepara-nos, para o que ainda podemos viver.
Digo viver, ou não, porque sempre se assume o tempo passado, presente ou futuro com a analogia ao que estamos a viver, aquilo que estamos a fazer, e o tempo em que tudo pára?
Também conta nas tão estimadas vinte e quatro horas?
Não devo falar desta forma, fazer este tipo de questões, mas para mim a resposta é não.
Notem bem, eu disse o tempo em que tudo pára, porque o tempo não pára, nunca.
Pode acelerar ou reduzir a duração de cada segundo, mas não pára, isso nunca, pois seria o caos.
Bem o caos existe, será porque o tempo parou, ou fomos nós quem parou no tempo? Impossível, dizem vocês, mas é exactamente isso que nos leva a pensar, aquele segundo em que tudo pára para nós, enquanto o mundo gira com tudo o que tem por cima, os que avançam e os que recuam e os que param também, aqueles que pensam para que outros se possam movimentar.
É isto que não nos deixa esquecer o arrependimento, pois o tempo, apesar de tudo, não volta nunca para trás.
Agora que dei um espaço ao tempo, e para que o tempo não nos interrompa ou surpreenda, vou continuar.
Tudo acontece no circulo exterior onde se encontra Manü, como uma gota de água que cai num mar calmo e provoca pequenas ondas como réplicas de paixão, que de sentimento tão insignificante passam a verdadeiros tsunamis, quando observadas em câmara lenta.
Quero com isto dizer, que as acções que se seguem desde o Intento do primeiro, o poder, não fora sua importância magnifica ou ampliada por quem as vive, e seria não mais que o sopro de uma pena solta de um qualquer passarinho saindo de seu ninho, voando pela primeira vez.
Com a imagem que todos conhecem em que o frágil ser desafia a grandeza do território, ignorando a existência de inimigos, do Universo, da maldição, do ódio, porque movido apenas pelo instinto da sobrevivência e pelo infinito amor de sua mãe.
Foram vários os pequenos voos em que me lancei, mas por isso agora vejo e observo ainda que a pouca distância ou experiência, que apesar de pequenos foram necessários para completar o ciclo de vida que me direcciona, apontando sempre para uma única saída, a decisão. E porque a vida é curta aprendamos com os nossos erros.
Manuel Rodrigues