Olha-me dentro de meus olhos
Nega o que sente, o que lhe mata por dentro
Fala-me de seus dias ausentes, e seu coração seco
Ainda consegue fingir que nada o abala?
Ainda me olhe nem que seja pela última vez
Mostre se realmente nada bate neste peito
Se eu fui apenas uma lembrança boa ou sua metade
Sim, falo em metade...
Você sabe muito do que o orgulho é capaz
Nos faz cegos diante de nós mesmos
Nos machuca, nos faz irracionais
Palavras impensadas, mágoas nunca cicatrizadas
A raiva que ora escorre de seu olhar
Amanhã pode ser uma saudade desmedida
Olha-me mais esta vez ...
Para que eu veja o quanto você pode ser cruel
E dilacerar esta alma que tantas vezes o acolheu
Seus olhos dizem tudo aquilo que você evita demonstrar
E diante deles como pode pedir para que eu desista de lhe amar?
Olha-me mais esta vez
Para eu lhe dizer...
Que a vida prossegue sem a sua presença
Mas que falta me faz quando tão longe não tenho mais
Seus olhos a me guiar, a me amar...
<br />FERNANDA CARNEIRO