Só hoje li o texto do José Torres, o do pássaro gago e este texto veio trazer-me à memória um fato real que se passou comigo.
Certa noite, não muito tarde, estava eu no café Novo Mundo em Sacavém, quando chegou o Ulises, antigo jogador internacional do Sporting que morava em Moscavide e de vez em quando vinha a até Sacavém e por sinal, acabou a sua carreira de jogador no Sacavenense.
Boa noite, boa noite, bebeu a sua bica, na nossa mesa, e perguntou-nos se queria-mos ir até à feira Popular de Lisboa., naquele tempo não era no Campo Grande, mas não me lembra o nome do parque, , sim Palhavã, se não me engano no nome
Como era o Ulisses que tinha carro, um 403 da Peugeot, carro destes naquele tempo, era preciso ter dinheiro, lá fomos, éramos quatro.
Chegados à Feira, fomos petiscar uns mariscos numa espécie de vila africana, bonito,.
Estávamos comendo e bebendo e de repente um de nós, o José Romão, disse:
Olha quem está ali! É o Fernando Farinha.
Eu não sei quem é, mas não é o Fernando Farinha, disse o Ulisses.
Eu e outro nosso amigo, nada dizíamos , não conhecíamos.
Ah sim! È o Fernando Farinha e aposto.
O Ulisses de acordo, o que perder paga uma nova rodada de marisco para os quatro, e apostaram.
Lá apostarem, apostaram, mas depois não tinham coragem para perguntar quem era o artista e eu estava a ver os mariscos de “borla” a andarem para trás.
Em dado momento a pessoa em questão passou junto à nossa mesa e eu não fui de modas.
Queira desculpar, mas o meu amigo diz que o senhor é o Fernando Farinha e o outro diz que não, qual tem razão? Perguntei eu.
O senhor, sim, porque até era um senhor da canção naquela época, mete a mão à algibeira e ao mesmo tempo balbuciava:
Eu nãaao o soou soou, o Fefernandodddo Fafaririnnhaaa e mostrando o carta de profissional disse num repente, Sou o Tristão da Silva!
Enquanto ele falava gaguejando, eu fazia um sacrifício enorme para me conter de rir, nenhum de nós sabiamos que o grande Tristão, cantor românticoi, era gago, mas que bem que ele cantava
Claro, o José Romão pagou a conta
falo com saudade destes meus amigos, pois dos quatro só eu ainda por cá ando.
Uma história verdadeira
A. da fonseca