Na janela de minha casa,
Pus vasos e flores,
Por onde perpassa
Todos os exóticos olores…
Enfeitei-a com estrelas,
Que ao mar fui roubar,
E no quadro, para vê-las,
Pus bambinelas a enfeitar.
Manjericos e açucenas,
Em vasos agrestes,
Lembram cenas
De campos campestres.
Tenho-os dependurados
No preito da varanda,
E as aves passam de lado,
Semana após semana.
Tenho quadros com cavalos,
De tintas bem delineados
E ouço ao longe os badalos
De chiste bem enfeitados.
Tenho ainda um tela só minha,
Pintada com extremo vigor,
Está num canto sozinha
Há espera de se expor.
Colecções de animais
Perfazem espaços isolados,
Não tenho preferências tais,
Só que estejam bem afinados.
A biblioteca é rica,
Está a um canto isolada,
E é preciso uma certa genica
Para se dar por bem achada.
Tenho ainda o meu canário,
Que está na muda da pena,
Mais parece um armário
Que deixou de ter tema.
Assim é o meu quarto,
Com alta tecnologia,
Um demorado parto,
Que nasceu num certo dia.
Jorge Humberto
21/06/07