Sozinho. Pensando na vida...
Em: Qual a capital da Malásia?
E: O porquê das muralhas da China?
Sentado na praça. Vazia.
Não tinha árvores.
Não tinha nada.
Só pedras pintadas.
Mais nada. Sem graça.
Eu: Inerte, vazio...
Sentado. Pensando:
Tanto tempo...
Tanto planos...
(Pensamentos)
Poucas coisas...
Algumas bobas.
Algumas aventuras.
(umas loucas!)
Algumas escuras...
Nuvens no céu.
Barcos no mar.
Nos braços do mar,
Barcos ancorados,
(como meu coração!)
Crianças no chão.
Castelos na areia.
Pessoas estranhas na calçada.
Um cãozinho lambe uma coisa verde no meio-fio.
Um som de música vem de uma loja de CD.
Cheiro de cidade pobre.
Cheiro de alimento podre.
Cimento em todo ato.
Atmosfera sem aves.
Venta. Vento forte.
Tudo surgindo e sumindo
Num átimo.
Faz tanto frio!
Na praça sozinho:
Eu: Pensando... (?)...
Levanto. Começo a caminhar.
Lentamente. Absorto. Abnegado.
Acendo instintivamente um cigarro.
Não tinha prometido a ela que iria parar?
Olho para o cigarro e penso:
Inimigo que não vejo e que me mata aos beijos.
Deixo parado próximo da praça, meu carro.
Sinto gosto de sangue. Escarro.
Logo sinto o gosto da nicotina.
Cuspo o sangue e o cigarro.
Tusso um pouco: Pigarro.
Cuspo sangue: Hemorragia dentária.
Cárie antiga. Dói. Só quando como porcaria.
Quando digo coisas feias;
Quando eu tenho pensamentos cinza.
Doía muito quando, em meus pesadelos,
Eu tinha minha espinha trespassada
Por armas indígenas;
Quando eu lia muito a Bíblia e bebia pouca filosofia.
(Tinha prometido a ela que com o fumo pararia)
Jogo fora todo o maço.
Da caixa de fósforos também me desfaço.
Com eles meus dois reais. E daí?
Fiquei com o melhor: Com os meus ideais.
Idéia: Aliás, melhor são os meus pulmões.
"Né" não?
Anos extras.
Começo a caminhar.
Passos lentos.
Pé após pé.
Penso: Dia após dia...
Tantas pessoas...
Tantas necessidades...
Mínimas verdades...
Tantos sonhos e poucos
Sonhos se concretizarão...
Gyl Ferrys
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