Somos como pequenas ondas de areia,
postas na mão vão-se por entre os dedos
e em espuma se esfumam e voltam ao
mar, com as dúvidas do costume.
Crentes de um mar maior lançamos as
embarcações nas intrépidas águas,
e no interior de cada búzio, o espelho
invertido, oblíquo de cada um de nós.
Cavalos de espuma ultrapassam-nos e
o azul profundo do mar são tenebrosas
inquietações, medo do desconhecido
que ainda não aprendemos a superar.
Cobardemente medimos a distância,
ansiando terra firme, pois o sonho é
ténue e a centelha da vida perdeu-se
na omnipotência de um deus cruel.
Jorge Humberto
27/09/09