Quando morri, no arrepio frio...
Rendi a alma ao criador
Quebrei a tira ao render-me ao delirio
Passei desta para uma melhor.
Quando morri, no arrepio frio...
Fiz ablativo de viagem
Fechei o paletó, cai no precipício
Decidido fiz passagem.
Quando morri no arrepio frio...
Fui à cidade dos pés juntos,
Entreguei a alma a Deus, o senhorio
Trapaceei o Diabo, virei presunto
Quando morri no arrepio frio...
Disse adeus desse mundo,
Finquei aspas no “Inferno” do suplicio
Fui bater o trinta-e-um, sai do moribundo
Quando morri no arrepio frio...
Larguei a casca, me fiz defunto,
Botei meu bloco na rua, em ensaio
Viajei pra terra dos pés juntos
Quando eu morri, no arrepio frio...
Desocupei o beco, deixei de ser infeliz
Fui bater na terra ingrata, o estígio
Resolvi comer capim pela raiz.
Quando eu morri, no arrepio frio
Descansei, desapareci
Dei meu ultimo alento, vesti capa de alvadio
Fechei os olhos e (des)vivi.
Lufague
Das palavras, as mais simples. Das simples, a menor.” Winston Churchill