Enviado por | Tópico |
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Ro_ | Publicado: 25/09/2009 19:18 Atualizado: 25/09/2009 19:18 |
Membro de honra
Usuário desde: 25/09/2009
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Re: que casa
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Enviado por | Tópico |
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MelSpencer | Publicado: 25/09/2009 20:03 Atualizado: 25/09/2009 20:03 |
Participativo
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Re: que casa agora
Olá! Gosto de te ler. Escreves de forma intimista e profunda, "escondes-te" atrás das metáforas de forma brilhante!
E os "escritos de memórias distantes" que permanecem na gaveta, quando os postas? Beijinho Melissa |
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Enviado por | Tópico |
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HorrorisCausa | Publicado: 25/09/2009 22:39 Atualizado: 25/09/2009 22:44 |
Administrador
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Re: que casa agora
...encostado na esquina do tempo
Epílogo: «Viva a anarquia! Pensamento livre! E dinamite!» - gritaram quase sem voz. Tinham que escapar de si, de todos. Com o saco às costas,despediram-se dos pensamentos já sem validade, que iam escurecendo cada vez mais, após, mais uma vida de saudades bastardas. Tremiam que a noite fosse manhã e com ela a luz indiferente às gretas, as expusesse às sombras, os ferissem ainda mais. Era um tempo de remissão, de um Dezembro manhã, sem planos de luz, navegavam para além dos guardas do Universo, para além dos senhores do medo, pelas imensas esferas transparentes, dentro dos círculos rolantes das esferas, das amêndoas brancas, das pupilas dardejantes, do absoluto negro. Ergueram-se, esticaram-se, equilibraram-se com a ligeireza nas pontas dos pés, deram uma pirueta dentro das asas, em espirais de véus, nos nimbos das nuvens errantes, dos incensos, na beatitude interior, na feliz transparência dos vapores de ópio, de éter, de haxixe, de cocaína, oferecidos. Libertaram-se com lentos movimentos de todos os véus, ouro e cheiros a citrinos frescos, desnudaram-se libertando a implacável serpente erecta do círculo das sagradas convicções. Viu-se aquela mulher, aquele homem, inteiramente expostos, deixarem cair aos pés a sua única túnica diante dos juizes. E num salto atiraram-se ao mar, ao som vibrante da cítara, dos címbalos tintilantes e nadaram, nadaram vigorosamente com a cabeça e o busto quase todo inteiro, acima das águas como caninos com cio. Sempre tentaram débeis passagens por cima dos abismos, dos vácuos, do nada, que sempre se abriam a seus pés. Mas as ruínas da casa sempre os perseguiram, afloraram fragmentos, abriram lascas entre os dedos, que dissolvem vontades, transformam-se em enxames de cinzas e poeiras. tinham Perdido o poema, a alegria, a pena, ficou apenas a pena de si próprios, como quem perde e morre na inspiração nossa do vazio. mas o mundo retorna das profundezas, em cisternas, em labirintos, em figuras “ goblin” e é o medo que prevalece. Adónis morre e a musa que tomba. Foram tomados pela revolta, queriam fazer alguma coisa por aquela revolta, passar para o lado oposto da fraqueza, da derrota. Deixaran caiu a máscara e segredaran frases que lhes pareciam impossíveis e passaram ao silêncio dos fundos calmos, aos seus encantamentos, na abstracção, na sublime ausência ou na falta da razão e do querer que sempre pensaram ter, na absoluta indiferença, no replicar cego, na demência quebrada. Aniquilaram o cru ou o vil ou o nada: «Maria, Maria, Estás viva!» E tu? – Perguntou. Cena# final Ao silêncio, êxtase, ao repouso, às acácias de bronze ou de pedra, às lápides, às estatuas brancas devido à lua, ao sono dos justos, às almas perdidas e errantes, aos jejuns e aos que não morrem. Abanaram o portão com a extrema força dos recém nascidos e emergiram. beijo |
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visitante | Publicado: 26/09/2009 09:37 Atualizado: 26/09/2009 09:37 |
Re: que casa agora
Cao, gostei do texto. Excelente a forma como mergulhas nas palavras. Uma casa sem tempo.
abraço |
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António MR Martins | Publicado: 26/09/2009 10:31 Atualizado: 26/09/2009 10:31 |
Colaborador
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Mensagens: 5058
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Re: que casa agora
Cao,
Este é um extraordinário texto-poético, que interioriza um acumular de sensações e as expõe de forma sublime e rara. Faz-me lembrar uma autora que muito admiro: Margarete da Silva. Minhas sinceras felicitações. Abraço |
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RoqueSilveira | Publicado: 26/09/2009 13:26 Atualizado: 26/09/2009 13:26 |
Membro de honra
Usuário desde: 31/03/2008
Localidade: Braga
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Re: que casa agora
Não sei se li o que quiseste dizer, mas tb não importa. Fui lendo e imagens e ideias foram-me surgindo que eu curiosa fui tentando interpretar nadando e lutando para não me afogar nas tuas palavras pensadas. No fim encostei-me ao tempo que o tenho todo. Bjs
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flavio silver | Publicado: 26/09/2009 14:57 Atualizado: 26/09/2009 14:57 |
Colaborador
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Re: que casa agora
boas tardes!
só agora li este teu poema e maravilhou-me! muito bom, com um tempo a respirar dentro do corpo. abraço |
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Conceição Bernardino | Publicado: 28/09/2009 16:08 Atualizado: 28/09/2009 16:08 |
Usuário desde: 22/08/2009
Localidade: Porto
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Re: que casa agora
nunca será demais dizer.
bárbaro, esplêndido beijo |