Não siga meu exemplo
Eu fumei,
Bebi, cherei
Injetei
Comi
Caí pelas sarjetas
Espatifei o lixo
Pernoitei ao relento
Assaltei,
Assassinei
Não. Não siga meu exemplo
Pratiquei tantos delitos
Com o mundo
E com meu eu
Feri meu corpo
Destruí minha alma
Não entendi os desatinos
Que ser gente
É ter dignidade
Eu era apenas um menino
Sem morada
Sem carinho
Para entender que é preciso
Ter caráter
E ser decente
Hoje os desgastes da idade
Me ensinam e me consomem
Com incrível velocidade
Me bate um eterno vazio
E nas eternas noites de frio
Sei que não há mais
Tempo para nada.
JOEL DE SÁ
23/09/2009.