Mohammed bin
2009. Agosto. Domingo. Praça do Japão (= Memorial da Integração Japonesa), Curitiba, Paraná, Brasil.
Tenho preconceito com os japoneses: tudo o que eles colocam a mão fazem bem feito! Este é o conceito preconcebido que tenho dos japoneses. E a Praça Japão é um exemplo.
Praça Japão. Jardim com gramados, flores, árvores ---tem até a majestosa Araucária (afinal aqui é Paraná!) --- lagos, cascatas, pedras.
Dentro de um lago, uma estátua de bronze do Senhor Buda, em posição de Lótus, flutua dentro de uma flor de Lótus.
Pessoas passeiam na praça: pais e filhos, casais de namorados, pessoas com o cachorro de estimação.
Sentado em uma pedra, ao lado de uma cascata, eu observo: o que já falei, os altos prédios que cercam a praça, os ônibus bi-articulados vermelhos (o inteligente, barato e prático "metrô" de superfície dos curitibanos), os carros, algumas pessoas fazendo "cooper", um avião no céu, o azul do céu, as nuvens brancas.
Sentado em uma pedra, ao lado de uma cascata, eu observo: claridades ondulantes no espelho d'água do lago, as espumas brancas na água, uma rolinha solitária, uma pequena borboleta esvoaçante, alguns pombos, outra pequena borboleta, a sombra das árvores projetadas no gramado assim também como as frestas de luz do sol projetadas no gramado, folhas secas e galhinhos no gramado, peixes dourados (=carpas) deslizando no interior do lago, uma pena branca de pombo boiando na superfície da água, um sabiá de peito alaranjado bicando na terra do jardim, algumas pequenas árvores sem fohas e com as galhas secas, no chão: sacola plástica, copo descartável, as inúmeras guimbas de cigarro, papel de bala, canudinhos de refrigerante, palitos de picolé. Também vejo a placa "MANTENHA A PRAÇA LIMPA", cestos de lixo com lixo, poucas pessoas sentadas ou deitadas no gramado, pessoas sentadas em bancos, alguns caminhantes, um ciclista desmontado empurrando a bicicleta, samambais, "beijinhos", azaléias, a árvore com exuberantes flores em tons rosa-avermelhado no centro da praça, o caramanchão com o emaranhado de cipós amarronzados quase sem folhas, a construção em estilo japonês e no cume de seu telhado a ave dourada de asas abertas...
Eu não sou Rajshinish (nem tenho certeza de como se escreve), não sou Osho, nem este escrito está no livro "Orange", mas eu estou em meditação...
Eu: simplesmente observo.
Eu simplesmente ouço o som da cascata.
Simplesmente medito...