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Um fórum na Internet habitualmente tem objetivos práticos, em que se procura ajuda ou resposta a alguma questão.

No Luso-Poemas, os objetivos são outros.

Este é um espaço, em primeiro lugar, de liberdade. Escreve quem quer, como quer, com mais ou menos talento, com mais ou menos frequência, comentando e respondendo ao ritmo que entender ser o seu. Desde que se respeitem as regras, tudo é válido.

Em segundo lugar, é um espaço de generosidade. Cada palavra colocada aqui é uma dádiva aos outros. Se alguém escolhe publicar aqui é apenas porque sabe que os seus textos serão lidos e que poderão emocionar uma pessoa do outro lado, quer ela se manifeste quer não.

A meu ver, cabe à Administração estimular e gerir o espaço LP sem interferir nestes dois valores essenciais. E é isso que tem sido feito, dentro das limitações que a vida pessoal e profissional coloca a quem se dedica pro bono a esta causa.

Tenho a certeza de que haverá sempre disponibilidade para escutar e apoiar iniciativas propostas pelos nossos utilizadores, portanto, estejam à vontade para fazerem todas as críticas construtivas que entenderem.

Em meu nome pessoal, agradeço a vossa ajuda e preocupação com o Luso.

Você, Benjamim, um dos poucos que gue disponibiliza-se fazer do Luso vivaz. Gratidão!

Houve um retrocesso nas dinâmicas do Luso-Poemas, mas não por falta de vontade da administração, como diz o Pó, e bem, cada um tem a sua vida, as suas prioridades. O que se passa aqui, actualmente, que já não é novo e tem sido criticado por diversas vezes, é o "encosto" de alguns escritores ao comentário fácil e à leitura desatenta ou até mesmo desinteressada, voltamos (parece cíclico) ao comentário bonito (lambe-botas) e, consequentemente à perda de elementos base deste canto de escrita. O Luso-Poemas está a perder qualidade por desinteresse.
Esta que já foi a melhor casa de escrita criativa do espaço lusófono é, presentemente, uma sombra do passado.
Tem pouca inovação artística porque se tornou demasiado frequente reeditar o que foi escrito há anos, por vezes décadas, na tentativa de um texto muito comentado ser ainda mais comentado (já fiz isso propositadamente e resulta).
Os eventos são pouco visitados e participados porque grande parte não os vê como uma evolução e querem, estupidamente, prémios e galardões.
Antes existiam dois eventos que dinamizavam realmente este espaço, os encontros (Braga, Anadia, Évora, Montemor, Lisboa...) e o Luso do mês que, agora e muito bem, vê o seu upgrade no CCV.
E agora o que temos? Demasiados narizes empinados, demasiada gente boa a sair outra vez, demasiado silêncio.

É apenas uma opinião

Eu vim escrever porque penso que é uma delícia imaginar sendo uma evolução e seria um desperdiçar deixar de escrever qualquer forma de refletir e não vou pedir desculpas por ser eu, sem jeito e pouca chance de mudar, mas o que que espero encontrar são pessoas compreensivas e não pessoas que corrigem de forma grosseira.
Agora vamos ao que interessa, essa foi uma introdução importante.
Parece que todos nós temos a mania de generalizar e por isso deseja moldar o outro e isso dá uma sensação de prazer, e com isso é superficial desprezando a individualidade, confesso também ser um prazer ser aceito e para isso uso a moda, tudo bem, é minha escolha.
Penso que ao comentar se recebe um beijinho, o que prefiro dizer colaboração, é bem legal, evidente que em algum momento a resposta vai ser rápida e em alguns casos mal educado, vai depender muito da inteligência da pessoa.
Eu mesmo tenho dificuldade em conversar depois de ser magoada, mas nunca vou dar uma má resposta e vai ajudar a cicatrizar.
Existem dois perfis que sempre brigaram comigo, mas o respeito e a empatia deles é tão grande que leio sorrindo. Abraços

Obrigado pelas achegas, amigos. Opiniões diversas enriquecem a nossa discussão.

A meu ver, o problema não está em haver comentários curtos, em que simplesmente se mostra apreço pelo texto ou pelo autor. Não somos autómatos e naturalmente desenvolvemos sentimentos pelas pessoas que participam neste site. O desejo de mostrar afeto é legítimo, dá prazer a certos autores e não prejudica ninguém, como sugere a MariaMorena.

Isso não quer dizer que não façam falta comentários que se fixem sobretudo no texto e acrescentem algo à sua interpretação. São menos frequentes e seria desejável que fossem mais numerosos, como lembra o Alemtagus. Cabe a cada um de nós fazer um esforço para que cresçam em quantidade e qualidade, acreditando que é uma tarefa que não é natural: desenvolve-se com o tempo e exige mais do leitor, que nem sempre tem a possibilidade de o fazer.

De resto, permitam-me que confesse que não me parece que esta fase do Luso seja tão sombria assim. Quando entrei pela primeira vez no site, em 2009, os textos eram muito menos interessantes do que agora (na minha perspetiva) e os comentários muito mais de "beijinhos e abraços". Houve alturas de grande criatividade e outras em que os talentos estavam mais adormecidos. Nada que não aconteça até aos grandes escritores. Como tudo na vida, há um movimento cíclico que nunca impediu que o site se reinventasse em certos momentos e permanecesse ao longo de todos estes anos.

O Prisaoincolor deu a sugestão de edição de uma publicação, julgo eu que estando a referir-se a um livro físico. Gostava de saber mais detalhes sobre a sua ideia. Não tenho uma opinião muito positiva dessas publicações coletivas, que muitas vezes se limitam a concatenar poemas dos autores pela única razão de que são eles que financiam o livro. Aliás, serão provavelmente esses autores os únicos a comprar e ler a obra, que (desculpem o termo) é uma estucha sem critérios de qualidade, para a qual não há paciência e que não serve de incentivo para a melhoria de seja o que for. Mas admito estar enganado e por isso gostava de ouvir outras opiniões sobre o assunto. Pode haver formas de tornar esta uma ideia interessante, quem sabe.

Que este espaço seja explorado como um brainstorming coletivo, é isso que desejo e proponho.

Sim, foi precisamente isso que sugeri, como ponto de partida.
Se me perguntar se gosto desse tipo de publicações, respondo que não. Já participei em várias, e da experiência só tirei mesmo a colocação da capa de algumas delas nas abas laterais do meu blog. Uma espécie de acrescento ao currículo. Mas insistindo no meu argumento, numa altura em que aqui só há comentários gerados por amiguismos, com textos de qualidade a passarem pelo feed de textos visíveis sem sequer uma manifestação de reconhecimento (é certo que a qualidade é o conceito mais subjetivo da existência humana, mas há situações que se impõem por si próprias), acho que seria um bom ponto de partida.
Entusiasmar as pessoas com esse designio. Para que vir aqui não seja apenas uma procura do comentáriozinho e do like. Faz-me confusão, genuina confusão, haver pessoas que andam aqui desde o início deste projeto, diariamente, só em busca dessa recompensa. Eu já o fiz, já saí, já publiquei, mantenho um blog ativo, e agora voltei nem sei muito bem porquê. Questões da mente humana. É só a minha opinião. Sendo que acrescento que, pelo menos com este nick, penso que já não voltarei a publicar mais aqui.

Permita-me. Eu estou aqui para escrever e para ser lido, caso contrário não tornava público o que escrevo, bom ou mau. Estou aqui também porque pretendo melhorar, sendo que espero das leituras, algumas pelo menos, uma interacção, um feedback em forma de comentário crítico. Diz-se que muitos não têm essa capacidade... eu discordo, todos conseguimos ser críticos de uma forma construtiva. Se me disserem que nem todos o pretendem fazer, aí sim, aceito.

Compreendo, Alemtagus. Não estamos à espera de muitos comentários analíticos ou interpretativos (nem todos terão a disposição/disponibilidade para isso), mas apreciamos algo mais do que um gosto/não gosto. O destaque de uma imagem particularmente interessante do poema, um dito espirituoso ou jocoso, a referência a outros poemas afins em termos de temática, a sugestão de uma canção que nos ocorreu com a leitura... -- são formas de interação que estão ao alcance de todos e que mostram que foi dada atenção ao nosso texto.
Como se estimulam esses comentários, digamos, mais significativos? Não sei. Venham daí novas ideias.

Suponho que com a leitura do texto e não do título do texto ou do nome do autor. Em tempos, julgo que por parte do Valdevinoxis, sugeriu-se um "jogo" de sinceridade que consistia em escrever textos sem alusão ao autor, apenas para ver a quantidade e a qualidade dos comentários, sendo que, passado algum tempo, se expunha o nome do artista. Talvez houvesse aí umas boas surpresas e, entre elas, alguns "amargos de boca". Até se poderia permitir o comentário apenas a quem, antes de o escrever/publicar, colocasse um sincero "like" ou "dislike". Compreendo a possível dificuldade na logística informática da questão, mas se for possível penso que poderia ser uma ferramenta útil.

Ainda tenho uma vaga lembrança do entusiasmo que senti aquando da minha primeira publicação no Luso-poemas.
A minha filha tinha nascido há uns meses, e no jornal Destak, que era facultado gratuitamente reparei numa notícia, em que o Luso tinha uma menor importância, mas que a mim vinha a negrito e maiúsculas.
O número de leituras que tive nesse texto, foi o ponto de partida.
O mesmo se deve passar (imagino) quando publicamos um livro, e ficamos a saber no número de livros que foram comprados.
Sou do tempo sem gostos e nem favoritos.
Depois esse entusiasmo redobrou nos primeiros comentários.

Admito que há uma certa perversão do mérito, por vezes.
A educação que nos é dada, leva-nos a responder a um elogio de várias formas, podendo haver algumas trocas através de comentários a textos do outro.
Esperamos sempre alguma sinceridade, ou pelo menos que não escrevam o contrário do que sentem.

Em relação ao conteúdo dos comentários, sou a favor de algo mais. Uma lógica do tipo: estou a comentar que gostei\não gostei porque...
E é este "porquê" que alimenta o ego (ou o diminui dependendo do conteúdo) que pode trazer crescimento, ou uma compreensão mais clara se o que escrevemos valeu a pena ser publicado.
Todos nós sabemos isto.
O espaço crítico tem lugar a qualquer tipo de texto.

Admito o desabafo da Beatrix Blue, secundado pelo prisaoincolor, de o site estar a passar por uma fase de relativa acalmia.
Parece que muitos fomos de férias.
Pode ter sido influência do "Mercúrio retrógrado" que assolou a todos no mês de agosto.

Mas essa sensação só é perceptível, pois durante o ano corrente, verificou-se um efeito contraste enorme, com concursos (lembro com muito agrado a iniciativa do "dia da mulher" e do belo quadro da Vânia Lopez, que a todos inspirou), com o Café Com Versos que já teve vários intervenientes...
Tanta fartura!

E repentinamente, nem comentários...

Acho que as pessoas têm direito a férias e os projetos a fases de menor fulgor.
Sinceramente, acho que foi isso que se passou.
Orgulha-me muito que hajam utilizadores que sintam que devem dar passos em frente, deem a cara e exprimam a seu espanto, quando procuram algo mais que parece estar a se perder.

Pura ilusão, acho eu...