Helen
Só tu para te lembrares de me fazer um poema destes, com tamanha grandeza, neste dia especial para mim e de o vir colocar justamente neste tópico criado por mim e que até chegou a ter alguma visibilidade, pelo menos enquanto outros valores mais ou menos importantes não se levantaram...
Ainda o tentamos reanimar com alguns sopros de oxigénio, mas foi em vão.
Tudo tem um tempo: nasce, vive e morre... como na vida.

Hoje conseguiste surpreender-me.

Muito obrigado, mesmo!

Beijo grande

Beijão Cleo.





O Pó que sai da minha mão

Um sentimento sem mim
Uma falta de ser assim
Sem pesos e medidas
Sem significado e porquês
Palavras interrompidas
Sou apenas silêncio
Em meio as minhas dúvidas
Nem sei se vou ou se fico
Sou uma metamorfose ambulante
Uma mutante em sensações
Uma alienígena hermafrodita
Dos meus recônditos espaços
Das minhas inquietações constantes
Reconhecendo a alma alheia
Com todos os seus subterfúgios
Interesses secretos e dissimulações
Intolerância me invade
Pela desonestidade
Daqueles que se acham espertos
Nem sabem eles
Que por mim são enterrados
Nas profundezas dos patifes
Insanos desalmados
Em pele de cordeiro
Lobos sedentos de poder
Sua sentença já está feita
Pela lei do Universo
Das minhas mãos
Só saem o pó
Das sobras
Do seu ser

Helen De Rose
(poema escrito em 2007)

Andei devagar
Na teia cercada em mim
Os dias correram
Como fios importados
Que deixaste em ti

Enredei-me no altar
De já não ser gente ali
E foi assim que te esqueci
Por mim e por ti

Teias-me?
Então vem...
Escreve-me em Si

Manuela Fonseca

E porque nos últimos tempos, muito se tem falado em pecados por aqui, lembrei-me disto:

Para quem chegou há menos tempo ao site, não conhecendo o que motivou este tópico aquando da sua criação e mesmo assim deseje participar e para que não o façam à toa, convido-os a visitar este link e a ler com atenção o que é proposto:

http://www.luso-poemas.net/modules/ne ... =ASC&type=&mode=0&start=0

*quadro de Francis Bacon

Exílio

Sem revelar o que penso
No silêncio me preservo
E decido

Aquilo que penso, entretanto,
Remete ao meu julgamento
Empírico

Externando meu pensamento
Persigo meu raciocínio
Mais fatídico

Nas teorias da mente
Dos meus momentos
Troco o dito pelo não dito

Nas divagações das palavras
Perco o senso de tudo
Em frases sem sentido

Do lascivo pensamento
Desejos fantasiados de amor
Num poema idílico

Escrevo o que sinto e penso
Mas guardo o que não posso dizer
Do meu ego cínico


Helen De Rose

Desmaquilhada


Brutal de vetusta roupagem
O rosto que é assim...
Esgana a vista distraída,
Rói parte de mim.

Aragem da sua contraída
Alma. Bela, desnudada...
Amacia a lágrima caída
Na minha, sem maquilhagem.

De soslaio, olho
Para dentro:
Vetusta e brutal.


Ana. Gaia. 3 AGO/10

Tirada de um sonho de uma inspiração
Procuro as linhas do teu corpo

Desejo o folgo, a tua respiração
Mostra-me o caminho que vou ao teu encontro

Procuro o passado o futuro, a porificação
Matar o desejo esquecer a paixão

Limpar o que é mau, salientar o que é bom
Diz-me quem es, o que escondes e porque me atrais

Não me leves, elucida-me, é esse o teu dom