Comentário a "modo III" de Almamater |
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6/11/2007 15:11 Mensagens:
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O poema, na sua íntegra, estará legível após o comentário. Viver com toda a intensidade e dedicação o "...Hoje...", ou ainda o Agora não é tarefa para todos. A maioria nem está atenta a isso. A minoria tem recaídas recorrentes: prendem-se, um pouco no passado, com uma saudade ou um arrependimento; vivem o futuro com projectos impossíveis de realizar, pavor de dívidas que serão cobradas, jogando o que as probabilidades ditam da experiência. Alguns, acho que são tão raros que me atrevo a dizer nenhuns, não têm memória nem esperança. Ou antes, têm mas fazem questão de jamais as usarem. Estes dois pontos está escrito a letras de dimensão diferente. Como se fosse proposto ao leitor uma divisão. Quase um antes e um depois que, curiosamente, é renegado no corpo de texto. Ou inutilizado. A lírica na primeira estrofe está fortíssima. A "...Alma..." e o "...Sentir..." são duas expressões poéticas ricas de imagens. Ainda que ambas careçam de objecto, o sentimento (lá está o sentir) que transmitem é grandioso. A "...Alma..." (e a Almamater que me perdoe) é uma criação humana que nos ajuda a compreender o que é isto que se passa para além do corpo, e da matéria física de que somos feitos. Tem a ver com o pensamento, que às tantas, podemos descolar da actividade cerebral (tão pouco estudada ainda). Quando pudermos classificar o amar em número de sinapses, o mundo estará perdido. Tem a ver com o pressentimento (uns arrepios na espinha, uma ideia de que algo vai acontecer). Tem a ver com a ideia, a criação. Amassamos bem, vai ao forno, ou ao frigorífico e voilá, a Alma (com mais uns ingredientes que me estão a faltar). O "...Sentir..." vai desde o sentimento à sensação. Do frio ao calor, do áspero ao macio, do doce ao amargo, do claro ao escuro, do silêncio ao ensurdecedor. Do prazer à dor (não à dor do prazer, ou sim, sei lá). Do ódio ao amor, do afecto ao desprezo, a solidão, da alegria à tristeza, da cobardia à coragem, da dúvida à certeza e teria de achar um número indefinido de pontos para continuar estas reticências. Tudo é sentir. Este poema não tem estrofes fracas. Não empobrece a lírica desde o primeiro verso, mantém uma linha de raciocínio muito forte e coerente, está pejada de figuras de estilo que vale a pena descobrir. E vive uma simplicidade assustadora. Tenho de concluir. É de livro. E temos o privilégio de o poder ler, de borla, no nosso site. Obrigado professora Fernanda. : doce transparência essa em ponta de dedos zelando pela Alma acautelando o Sentir... nunca soube d'outro, meu Este desde há anos nasceu para mim encontrou-me num Sempre colheu-me em raiz e plantou-me na sua Alma era eu flor ele carícia sob a forma de vento quando foi meu já não sei não sou boa em datas aniversários ou comemorações vivo o momento que é meu não projeto Futuro não acordo o Passado... Este meu e único foi há tempos há anos ontem... [não sei vivo a permanência o gosto que tem hoje] Leia mais: https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=373444 © Luso-Poemas
Criado em: 20/7 7:48
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