Comentário a "50 anos de liberdade" de sisnando |
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6/11/2007 15:11 Mensagens:
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A vida de emigrante é tudo menos fácil. Um homem que decide emigrar deixa uma parte de si na pátria.
Aconteceu-me há cerca de 18 anos por um período de tempo muito curto. Cerca de 6 meses. Nos EUA. A comunidade de Puerto Rico tem muito espanhol pelas ruas, e a proximidade do espanhol e o português, quase me fez ir às lágrimas. Ter uma comunidade emigrante no nosso país que não é produtiva deixa-me em conflito, porque eu quando não deu lá, ou deixou de dar, voltei logo para cá, para junto da minha família a quem fazia muita falta e que me fazia muita falta. Contudo sou incapaz de condenar uma pessoa que sai do seu país para vir trabalhar para o meu, em condições que eu outrora achei insuficientes para mim. É duro para todos tudo isto. Achar que 50 anos de liberdade tem algo a haver com a emigração, é que me parece um pouco descabido. É conversa de quem sempre teve a liberdade como garantia. De quem se dá ao luxo de dizer Chega, quando sempre teve o bem bom. No tempo dos meus pais, todos emigraram. França, Bélgica e Luxemburgo tem muita família minha. Há fotografias de meus ancestrais descalços, em pleno inverno, na rua. Nisto, costumo aconselhar a leitura do "Vagão J" do Vergílio Ferreira. Se quiserem falar de PIDE, é só ir ao Museu do Aljube, é nojento. Se quiserem perceber o lógica do medo e da censura, ler "A noite" de José Saramago, também é giro. O Tarrafal era um campo de concentração de portugueses, para portugueses, presos políticos em Cabo Verde. Malta, isto era a liberdade de há 70 anos atrás. 25 Abril, sempre...
Criado em: 28/4 7:23
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