Comentário a "Jazz" de Beatrix |
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![]() Membro desde:
6/11/2007 15:11 Mensagens:
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O poema, na sua íntegra, estará legível após o comentário. Clarinete. É o que me apetece dizer, ou antes, sugerir, ao sujeito poético. O Jazz enquanto género musical faz-me lembrar um pouco a poesia. Nunca está na moda, toda o\a gente conhece, e os seus amantes adoram-no\a. A outra coisa que imediatamente me faz lembrar é o improviso. Haverá improviso neste poema? Estruturalmente tem simetria quanto baste. Varia um pouco na métrica e no número de versos em duas estrofes, mas já vi variação maior, noutros desta autora. A constante que verifico é o arrojo, na linguagem e na originalidade. Voltando ao improviso, noto-o mais de estrofe para estrofe na mudança de referência e personagens. O sujeito poético está na primeira pessoa, mas a universalidade encontrada em cada verso, torna a composição também complexa. A ironia no "...comentarista de profissão..." que podemos encontrar no segundo verso da primeira estrofe podemos encontrar no "...paciente em cura..." no quarto da segunda. Aliás, gostaria de salientar a segunda estrofe como recurso a génio. Acho-a magnífica. "...Decifrei o código matemático da chuva Já sei como sintetizar o céu..." Acho este dístico muito bem engendrado. Roçam ambos os versos o impossível, mas exequível num futuro longínquo.. Entre o "...decifrei..." e o "...já sei como..." não há como distingui-los além da rima a meio verso que constituem. Acho ambos os versos tão poéticos... um dia vou sintetizar o céu também... Aliterações no segundo verso em SS; o aforismo, em "...o presente é um paciente em cura..."; uma "...Laurinha..." desconhecida que entra num diálogo apenas para fazer ligação à estrofe seguinte, em que entram "...Os jovens...", o diminutivo não é inocente. "...Os jovens..." que tanta inveja fazem, apenas por serem isso. O terceto final também tem a sua magia. "...Eu decidi o verão dos livros..." é uma metáfora bem construída. Quem é capaz de comandar o rumo dos acontecimentos, e a própria história, é de louvar. Em relação ao desejo final que se lê no derradeiro verso, eu escolhi o clarinete porque tem uma sonoridade menos madura do que o saxofone ( que também aprecio), mas faz uns agudos quase desafinados belíssimos. Mas jazz também é orquestra. Composição. Rigor. Favoritei este poema à primeira leitura. Obrigado, por mais um tão, tão bom. Jazz Escrevo distante do ritmo Do comentarista de profissão O vento levou-me a memória e só restou a história Decifrei o código matemático da chuva Já sei como sintetizar o céu Vês, Laurinha, o presente é só Um paciente em cura Os jovens são, de facto, jovens E eu quero esse teu dom demonstrado ontem Mesmo sabendo que ontem já passou A árvore daqui inclinada para o chão Genuflexão possível Ou quer beijar a erva abandonada Eu decidi o verão dos livros Deixei cartas nas campas Mas fui ao funeral Quem me dera ter nome de instrumento musical! Leia mais: https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=377209 © Luso-Poemas
Criado em: 20/3 19:23
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Re: Comentário a "Jazz" de Beatrix / R. Beça |
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Da casa!
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23/5/2024 2:48 Mensagens:
483
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Olá, Rogério. Deixas-me um pouco sem palavras. Responder-te seria comentar um poema meu, quase. Assim sendo, não vou fazê-lo dessa forma. Antes, agradecer-te a atenção com que leste o meu texto e a dedicação na escrita do Comentário no Espaço Crítico. Clarinete parece-me bem, para nome. Bom fim de semana! Ab Beatrix
Criado em: Ontem 16:53:25
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