Os mitos e Camões. |
||
---|---|---|
sem nome
|
“O mito foi a matéria-prima das epopeias e nele se consubstanciava toda a vida de um povo, desde os seus mais altos momentos de inspiração cívica e religiosa até as suas horas de abatimento, descrença e amargura.”
Todos os heróis das epopeias foram plasmados à imagem dos homens que as criaram. O herói é o amálgama magistral dos caracteres de um povo, que o elaborou na sua inexaurível força criadora. Homero, com a “Ilíada e a Odisseia”, canta a antiguidade helênica (mitos e lendas). A “Divina Comédia” de Dante, reflete a sublimação dos anseios e das dúvidas do homem na época quanto aos mistérios da eternidade que galvanizaram a Idade Média. “Jerusalém Libertada” de Torquato Tasso, traduz as apreensões do povo ante uma possível dominação muçulmana e o afã da conquista que impregnou os nobres do tempo das Cruzadas. “Os Lusíadas” de Camões, são a síntese do grande “sonho nacional” português de solução do misterioso caminho das Índias. Uma (a) mostra do épico de Camões: D. Manuel vê em sonhos os rios Indo e Ganges, símbolo de que seria senhor das Índias: Estando já deitado no áureo leito (...) Morfeu em várias formas lhe aparece. Óh tu, a cujos reinos e coroa grande parte do mundo está guardada. (...) Eu sou o ilustre Ganges, que na terra celeste tenho berço verdadeiro: estoutro é o Indo. E é preparada a comitiva que percorrerá novos mares; quando, na praia do Restelo, os homens se despendem, um velho venerando meneia a cabeça três vezes e exclama: (nesta fala o célebre velho censura os conquistadores e suas empreitadas) Óh glória de mandar! Óh vã cobiça desta vaidade a quem chamamos fama. No canto oitavo a narração de Paulo da Gama, irmão de Vasco. Servindo-se de bandeiras e estofos que retratam passagens expressivas da história lusa, o declamador explica os grandes heróis de Portugal. Antes se refere à origem do nome de sua terra: Este que vês é Luso, donde a fama o nosso reino Lusitânia chama. E cita desde as figuras de Ulisses, Viriato, Sertório, D.Henrique, D. Afonsos- Henriques, Egas Muniz, etc. E assim, prossegue a ode de Camões... - CONVIDO A PROSSEGUIREM A ODE DE CAMÕES, PARA OS QUE NÃO CONHECEM SE ENCANTAREM... COM O ÉPICO. - (Fidelino de Figueiredo; Menéndez Pidal; Luiz Toledo Machado; e outros)
Criado em: 1/2/2014 16:36
|
|
Transferir |
Re: Os mitos e Camões. |
||
---|---|---|
Membro de honra
Membro desde:
31/3/2008 17:45 De Braga
Mensagens:
8112
|
Muito bom tópico Alice.
Vamos lá a ver se daqui nasce uma discussão proveitosa e interessante. Quando a história de afasta no tempo e não restam factos documentados, nasce o mito. A epopeia de Camões, embora falando metaforicamente, no fundo não chega a ser mito. Sabemos que os descobrimentos ocorreram muito por feitos de portugueses a mando de Portugal. Estas expedições, tendo elas como motivo a expansão, a glória, o poder, a riqueza, o ouro, na verdade é que foram essenciais para a evolução científica e para a construção do mundo moderno e esclarecido. Hoje Portugal, precisa de um novo objectivo de glória para motivar o trabalho, incluindo o a nível político que está tomado pela cobiça e valores egoístas; precisa de um ideal novo ou de encontrar petróleo entre Belém e a Lapa.
Criado em: 2/2/2014 15:45
|
|
Transferir |
Re: Os mitos e Camões. |
||
---|---|---|
sem nome
|
Olá Roque,
agradeço estares aqui. Realmente o épico não é mito, o grande Camões usou os mitos para escrever sua poderosa obra. E pelo que sei foi o último a cantar/contar dos deuses do Olimpo, depois estes morreram para sempre... É importante retomar estas grandes obras, pois é a lembrança(registros) que as faz re.viver. As gerações de hoje devem conhecer seus grandes ' artistas' do passado, sua história grandiosa (como bem relatas).O hoje é a continuidade do ontem , também é, o passado do amanhã. Quanto mais cultura 'cultivar' e 'fomentar' mais terá a oferecer de legado às gerações futuras, aquelas que irão mudar as condições deste 'hoje'. Obrigada ! Bjs, ALICE
Criado em: 2/2/2014 16:44
|
|
Transferir |