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Re: Faz um poema

Membro desde:
2/3/2007 19:42
De Queluz
Mensagens: 3731

Lá vem ela
Semi-nua
E sem pudor
Ondulando
Todo aquele corpo
Sedutor

Assim se insinua
A diva
Caneta
Bailarina de ofuscantes
Transparências
Rubras...

Em cada volta
Redonda
Letra a letra
Vai desenhando
O poema
Com a tinta
Que em si fervilha

E por não mais se conter
Se derrama
Por sobre a suposta
Alvura
Da virgem
E submissa
Folha

Criado em: 10/4/2012 14:48
_________________
*... vivo na renovação dos sentidos, junto da antiguidade das lembranças, em frente das emoções...»

Impulsos

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Re: Faz um poema
sem nome
amar
é
coisa pouca
simples
para quem ama
até enjoa
um coração como o meu
qualquer testemunho nesse sentido
é uma azia
que logo tomo o remédio da saudade
passa
e passam os dias a gotas
contam
e contam as gotas os dias
do nosso mar.



Criado em: 10/4/2012 15:43
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Re: Faz um poema
sem nome
[ eterno retorno ]


estava refletindo
pensando na vida
tanta coisa (in)definida
mascarada repetida

o inimaginável acontece

há muitas pessoas fortes
corajosas criativas
do pouco muito fazem
gente centrada ativa

mas,

o que surpreende
e preocupa
foi perceber que
uma imensa maioria
alucinada
funciona ao contrário
não se ocupa
só quer receber
vivem como magos
ao avesso

em vez de criar um mundo
a partir do nada

essas criaturas
inebriadas
esqueceram
e conseguem
tudo inverter
nada valorizam
consomem

e criam o nada
a partir de um mundo

assim , devagar, destroem clamando
esperam sempre por um milagre
um salvador... não transformam se

tremo ao lembrar o pintor austríaco frustrado
forjado pela massa carente desejosa alienada

é preciso sempre lembrar refletir
o inimaginável indesejável acontece...



"Fossemos infinitos
Tudo mudaria
Como somos finitos
Muito permanece" ( B.Brecht)




Criado em: 11/4/2012 16:12
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Re: Faz um poema
sem nome

no silêncio ouvi

era o dedilhar de um piano.
uma música linda
eu a sentia tanto que doía
comecei a chorar

a emoção forte demais
sem poder se mostrar
feria me... eu sangrava
parecia uma profanação

amava aquela música
mas, algo nela magoava
tocava o fundo do meu ser
e partia meu coração

será que alguém mais a ouviu?







Criado em: 12/4/2012 13:40
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Re: Faz um poema
Da casa!
Membro desde:
3/4/2011 18:41
De Lisboa, Portugal
Mensagens: 387
não podia deixar de
deixar a essência ausente
do que escrevo ao
escrever nada.
portanto entenda-se que
tudo é vazio no
vago pensamento que
eu não sei apanhar
mas que me obrigo
a esborrachar em versos
na imensidão do desapontamento
de não ter coragem p'ra mais.

Criado em: 13/4/2012 19:33
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Re: Faz um poema
sem nome

antes,

eu me desviava
das lágrimas do céu
chuva doce macia
que caía no crepúsculo
para não me ferir
e te entristecer

te amava demais

agora,

o brilho do luar
cai sobre meu corpo
pela janela aberta
esmaga me no leito vazio
à noite morro assim
sim... me entristeço

por não amar te mais



Criado em: 13/4/2012 19:52
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Re: Faz um poema
sem nome
[ devir... ]

corro pelos bosques
corro pelos campos
corro contra o vento
corro contra o tempo

logo,

conto os passos
pelo distante
até o próximo
por fim conto
os instantes
eram sonhos

descanso
devo desistir
sossegar
esquecer
o atrás

sou devir
nada é
tudo flui...




Criado em: 16/4/2012 12:32
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Re: Faz um poema
Da casa!
Membro desde:
25/8/2011 18:18
De santamariadafeira.pt
Mensagens: 467
(scherzo tetrassilábico)


faço um poema
na minha mão
com cinco dedos
e um arranhão

e assim se escreve
e se dedilha
uma canção
sem ser quintilha

mas é com quadras
e arit(e)méticas
que faço lavras
sílabas métricas

ai mas que tétricas
tetras e tretas
nem são simétricas
e são só petas

uma mão cheia
só de dedadas
cinco estrofes
cheias de nadas


Criado em: 16/4/2012 16:24
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Re: Faz um poema
Da casa!
Membro desde:
24/3/2010 16:56
De Espaço reduzido
Mensagens: 338
recomecei
mas tombei
na calçada
escancarada
ainda menina

dancei
e descalça
escorreguei
mas alcancei
o rio
que me lavou
os pés
e se entregou
de novo
às marés
de um mar
que só é mar
quando se sente
a brisa
entrar pela janela
e descansar
no ainda
sopro quente
de um corpo
frio

Criado em: 17/4/2012 14:34
_________________
Maria Al-Mar
Enquanto Mulher


- Ilusorium
- Mira(douros)
- Modus-Informe
- Uivam os Lobos
- Mulheres de Areia
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Re: Faz um poema
sem nome

cada “a” cada azinho
corre atrás do “e” ezinho
igual ao “i” do izinho
que bica o “o” do ozinho
até ouvir o “u” do uzinho
vocal no coral movimento
das vogais encantadoras

é o fonema que se doa
tonante como um querubim
que canta para a linguagem
consoantes sem igual
com simbologia e coragem
de criar mundos universais
das palavras, versos e sentidos

dizia wittgenstein...


Criado em: 18/4/2012 23:38
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